Agronegócio é a atividade econômica do setor primário desenvolvida no espaço rural, unindo agricultura e pecuária, destinados à produção de alimentos e matéria-prima para o mercado. É fato que essa atividade é uma das mais importantes atividades econômicas desenvolvidas no Brasil para o PIB (Produto Interno Bruto) que vem crescendo cada vez mais, mesmo durante o auge da pandemia de Covid-19. Não obstante, é importante ressaltar que a importância da agropecuária advém desde o início da história do Brasil, que teve início com a produção de cana-de-açúcar, posteriormente do café e, por fim, a pecuária, que conduziu o povoamento do interior do país.
Mas, voltemos para a atualidade. Por que a agropecuária é tão importante para a economia do país? Primeiramente, gera uma parcela considerável de empregos no Brasil. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015, 32,3% (30,5 milhões) do total de 94,4 milhões de trabalhadores brasileiros atuam no ramo do agronegócio, ou seja, absorvendo 1 em cada 3 brasileiros no mercado de trabalho.
Durante os momentos mais críticos da pandemia de covid-19, portanto, o IBGE aponta que o agronegócio foi o único setor que apresentou um crescimento em relação ao ano anterior (2019), obtendo 26,6% de participação no PIB de 2020. Já, em 2021, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou o saldo positivo da geração de empregos em todos os setores da economia no mês de Junho. No entanto, a agropecuária gerou cerca de 38.005 empregos com carteira assinada, ficando atrás do setor de serviços, comércio e da indústria.
Além disso, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) explica no Panorama Agro que o agronegócio permite o equilíbrio da balança comercial brasileira, cobrindo os déficits comerciais dos demais setores da economia e garantindo superávits na balança comercial brasileira desde 2008. Isso mostra que as exportações estão superando as importações de produtos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) afirmou que o agro foi responsável por quase metade das exportações do Brasil em 2020, com participação de 48%, obtendo um superávit de US $87,76 bilhões e, exportando comida para mais de 180 países, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA).
De uma forma geral, a agropecuária reduziu o preço da alimentação brasileira, aumentou a oferta de alimentos, contribuindo para a melhora na saúde e qualidade de vida da população urbana e ainda possibilitou que o dinheiro da população fosse destinado para o consumo de bens e serviços.
Segundo a CEPEA (Centros de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o PIB do agronegócio brasileiro apresentou uma alta de 9,81% no primeiro semestre de 2021 e, considerando o desempenho do agronegócio e da economia, a participação do setor no PIB deve ficar em torno de 30% ao ano. Observou-se que o setor agrícola cresceu 14,46% nos primeiros 6 meses de 2021 enquanto houve uma queda de 2,18% do PIB do ramo pecuário.
O Brasil enfrenta ultimamente o aumento do preço dos alimentos, um processo inflacionário. Mas por que isso ocorre já que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo? Bom, com o aumento do dólar e desvalorização do real, os grandes produtores do agronegócio preferem exportar os alimentos, além disso, as economias mundiais estão voltando a aquecer, e com isso, há a subida dos preços de commodities importantes. Portanto, isso desabastece o mercado interno e diminui a disponibilidade de alimentos, elevando os preços, segundo o economista André Braz do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas). Não somente, ele também adiciona que o fato do Brasil estar bastante endividado, afastando os investidores e interferindo na valorização do real e no preço dos alimentos. Além disso, houve uma crise hídrica que prejudicou as lavouras e contribuiu para o aumento dos preços.
Com a importância dessa atividade econômica e o risco envolvido derivado da dependência dos fatores ambientais, o governo possui projetos, como o Plano Safra, para permitir mecanismos de financiamentos da agropecuária. O Plano também apresenta propostas de apoio ao setor agropecuário para abastecimento do mercado interno, expansão das exportações e geração de emprego, além de trazer definições sobre crédito rural, subvenção para o seguro rural, e mecanismos de apoio à comercialização.
O futuro do agronegócio brasileiro é promissor. De acordo com a Embrapa (A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), nos últimos dez anos a participação do Brasil no mercado mundial de alimentos saltou de US $20,6 bilhões para US $100 bilhões, tendo como destaque carne, soja, milho e algodão. O pesquisador Científico da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa, Elisio Contini, afirma: "Olhando os dados dos últimos 20 anos (2000 a 2020), a produção brasileira de grãos cresceu 210%, enquanto a mundial aumentou 60%”.
Portanto, nessa perspectiva, o Brasil pode ser tornar o maior exportador de grãos do planeta e aumentar em 27% a produção de grãos até 2030, segundo previsões do Ministério da Agricultura. No entanto, para isso é necessário utilização de tecnologias integradas a favor da modernização do agronegócio, redução de custos e aumento da produtividade, como agricultura digital, Big Data, Drones, IoT e Inteligência Artificial. Sendo assim, investimentos em infraestrutura e pesquisa são necessários, resta saber se os planos de auxílio por meio de créditos e outros ajudarão ou não no processo da expansão dessa área cada vez mais competitiva no mercado mundial.
Referências
https://www.cnabrasil.org.br/cna/panorama-do-agro
https://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx
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