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CRISE DE 2008 E SEUS EFEITOS NA ECONOMIA MUNDIAL


 


ARTICLE  BY DAVI COSTA.

       Há cerca de 13 anos explodiu uma das maiores crises econômicas da história, a famosa “Crise de 2008” ou “Crise dos Subprimes”. Com certeza, você já ouviu falar dela, seja nos livros do colégio, seja em filmes como a brilhante adaptação cinematográfica de Adam Mckay intitulada “The Big Short”, que levou o Oscar de melhor roteiro adaptado em 2015. Porém,  você realmente sabe como ela impactou todo o planeta? Na maioria das vezes, o que aparece sobre essa crise na mídia é permeado com conceitos no mínimo complicados como CDO, Synthetic CDO ou Tranches… Entretanto, essas são só terminologias que os donos de Wall Street usam para manter o povo fora dos negócios deles.

     Originada a partir do sistema de títulos de Lewis Ranieri (um dos cabeças por trás do lucro dos bancos com hipotecas), o estouro da bolha imobiliária foi agravada pela bolha da internet e pelos atentados ao World Trade Center em 2001, que levaram a população norte-americana a parar de consumir. O terrorismo não apenas destruiu as torres gêmeas mas também colocou uma faca no peito da economia norte-americana, haja vista que, a população tinha medo de sair nas ruas e de comprar. Diante disso, o presidente dos Estados Unidos na época, George W. Bush, diminuiu os juros perante os empréstimos, facilitando o crédito pessoal para incentivar o consumo. 

     Esse financiamento que não era negociado a uma taxa de juros fixa acabou se elevando de forma exponencial quando o governo norte-americano, gastando muito na Guerra ao Terror (Iraque 2003), foi obrigado a elevar os juros e aumentar impostos. 

     Além disso, a bola de neve aumentou quando os bancos estadunidenses começaram a fornecer créditos “Subprimes” - que nada mais são do que financiamentos dos bancos para pessoas que não tem capacidade de honrar os seus respectivos empréstimos, não possuindo um emprego estável e uma garantia certa para a instituição. 
Os maiores bancos americanos estavam fazendo isso e lucrando bastante já que vendiam instantaneamente o título para outro banco, que comprava sem hesitar, já que os imóveis estavam valorizando. Com os títulos de Lewis Ranieri o dinheiro era certo e na hora.

     Com o passar do tempo, ia surgindo uma grande bolha imobiliária que não era vista por ninguém, nem mesmo pelos grandes analistas e economistas da terra do Tio Sam. Alimentados pela ignorância, todos acreditavam que o mercado imobiliário era estável, afinal, quem não paga a hipoteca?

     Com o dinheiro circulando, em 2007, as taxas de inadimplência chegaram a um nível insustentável, haja vista que, o povo não tinha mais condições de pagar suas hipotecas. Assim, todo o crédito que os bancos tinham, virou pó já que não existia dinheiro nenhum para pagar toda essa corrente financeira.

     Esse dinheiro ilusório, desses bancos, também foi investido em outras instituições financeiras fora dos EUA, até que em 2008 o efeito dominó aconteceu, e várias empresas e grandes bancos foram à falência. 
     Em uma escala macroeconômica esse efeito dominó foi devastador já que o dólar investido em outros países não existia de fato. Isso também levou a famosa falência do Lehman Brothers (Um dos maiores bancos de investimento dos EUA) e a quebra das principais economias do mundo, o que levou as economias emergentes, menos afetadas, a ganharem mais espaço no plano internacional.
     A consequência desse desastre econômico que colocou em xeque o capitalismo foi desemprego em massa, retração financeira internacional, principalmente na Europa. Com isso, houve o aumento da dívida pública externa por conta da necessidade de empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
     Como sempre, foi o povo que pagou por tudo isso, e a maioria dos bancos e grandes empresários que fizeram empréstimos “subprimes” não foram julgados, sendo na verdade resgatados ou recompensados com o dinheiro do contribuinte, pelo o Estado, como foi o caso do Fannie Mae e do Freddie Mac.

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