ECONOMIA E AS FAKE NEWS
As fake news, ou “notícias falsas”, são notícias não-verídicas que circulam, por meio da Internet, nas redes sociais ou meios de comunicação digitais com intuito único de enganar o público leitor. Elas apresentam diferentes classificações, das mais “inocentes”, como posts de humor ou opinião, às de maior risco, como o click-bait.
O termo em si surgiu em 2014, através de discussões de grande repercussão no Twitter sobre o tópico. No entanto, elas só vieram a se popularizar em 2018, nas últimas eleições presidenciais do Brasil, quando foi instaurada uma polêmica muito grande a respeito da imposição de um controle às redes sociais. Tal discussão não ocorre apenas no Brasil, mas em todo o mundo visto as desastrosas consequências que tal fenômeno pode acarretar na sociedade.
Para dá-lo uma noção da imensidão que os impactos podem alcançar, dados da Internet World Stats mostram que, em 30 de junho de 2019, havia cerca 4.536.248.000 usuários da Internet no mundo, aproximadamente 60% de toda a população mundial. A cada 60 segundos, 87.500 tweets são compartilhados, 3,8 milhões de pesquisas no Google são feitas, 4,5 milhões de vídeos no Youtube são visualizados, 188 milhões de e-mails são enviados e 18,1 milhões de SMS são compartilhados. Além do aumento da desinformação, da insegurança cibernética e, inclusive, da criminalidade, a Economia também é profundamente afetada. De acordo com estudos recentes da universidade americana de Baltimore, a propagação de fake news custa US$ 78 bilhões anuais à economia global, tanto pela desinformação socioeconômica quanto pelo emprego de parte da quantia ao fortalecimento da cybersegurança, ao gerenciamento de reputações, entre outros.
Com o acaloramento dos debates, foi-se notado também que empresas, como os gigantes Google e Facebook, controlados e programados por bots (aplicações autônomas – “robôs” – encarregados de desempenhar tarefas pré-determinadas) que coletam informações dos usuários foram favorecidas pelos algoritmos das postagens de fake news, enriquecendo essas companhias. Para entendimento comum, o algoritmo de determinada rede social é formado por todos os critérios calculados para o controle do aparecimento de determinados posts para determinados usuários com base na utilização do programa. Resumidamente, ele determina o que aparecerá primeiro em seu feed que, razoavelmente, receberá mais atenção. A principal das consequências é o fato de que, quem hoje domina a Internet e as redes sociais, é capaz de controlar dados da vida político-social de todo o mundo em, literal e ironicamente, apenas um clique. Por exemplo, em 2019, os Estados Unidos contavam com 53% das 100 maiores empresas mundiais, enquanto China e Reino Unido ocupavam o segundo e terceiro lugar com 11 e 9 empresas, respectivamente.
Outro exemplo da influência e controle que podem ter outros países sobre nós é o fato de que, dos 100 sites mais visitados na América Latina, apenas 20 a pertencem, enquanto 80 são oriundos dos Estados Unidos. Além de medidas a serem tomadas pelos órgãos governamentais quanto ao que diz respeito a cybersegurança, também cabe a nós, indivíduos, cuidarmos e verificarmos as fontes daquilo que visualizamos, a fim de que não sejamos também enganados por desinformações.
Fontes: polecom.org
uagrm.edu.bo
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